A irrefreável vocação para o desenvolvimento desta terra, encontrou na Associação Comercial e Empresarial de Campina Grande o seu instrumento de defesa e expansão.
Com legitimidade, o historiador Irineu Joffily destaca em sua obra ‘Notas Sobre a Paraíba’ que “restringindo-se à Paraíba, é provável que o primeiro sinal de comércio interno apareceu na aldeia de Campina Grande, com o surgimento de uma feira”. É inegável que a gênese desta cidade está atrelada à sua geografia generosamente propícia para a atividade comercial.
Os historiadores costumam delimitar as fases do progresso de nossa cidade em três pontos: do aldeamento até a chegada da primeira estrada de ferro, em 1907; desse acontecimento até a construção de modernas rodovias; e, por último, a partir da predominância dessas rodovias como meio de transporte, transformando a cidade numa espécie de Roma, para onde convergem todos os caminhos, sem falar no ciclo do algodão.
Um outro marco merece destaque nessa trilha de desenvolvimento: a criação, em 1926, da Associação Comercial de Campina Grande. Porque foi justamente quando a cidade se viu agredida pelo Estado, em 1917, que valorosos empresários cerraram fileiras para defender a manutenção e consolidação de Campina Grande como um dos principais centros comerciais do Nordeste, rivalizando com Recife, a capital pernambucana.
Motivado por desavenças de ordem política, o então presidente do Estado, Camilo de Holanda, resolveu fixar no orçamento estadual uma tabela especial do chamado ‘Imposto de Indústria e Profissão’, determinando que os contribuíntes estabelecidos em Campina Grande teriam que pagar alíquotas mais elevadas em comparação aos demais municípios da Paraíba.
Seria, segundo os historiadores, a punição à cidade, por conta do entrevero com o prefeito da época, Cristiano Lauritzen, por quem Camilo não nutria nenhuma simpatia.
Os comerciantes se uniram contra a medida e reagiram de forma contundente, não aceitando os desígnios governamentais. Estavam ali, naquele ato de rebeldia, sendo lançadas as bases da Associação Comercial de Campina Grande. Alguns anos depois, sob a batuta do misto de empresário e poeta Lino Gomes, a entidade ganhava contornos definitivos. Demóstenes de Souza Barbosa foi o primeiro nome escolhido para o cargo de presidente, abrindo o elenco de grandes e vitoriosos empresários que o sucederam.