História - O melhor do bairro de Vila Xavier, Araraquara, SP

    História de Vila Xavier

 

Como Surgiu a Vila Xavier


A região da cidade de Araraquara denominada Vila Xavier, nasceu graças à implantação do leito ferroviário e a inauguração da estação. Interessante que o fato decisivo para sua criação originou-se com a ferrovia, a mesma que divide a cidade em duas.
Em 1877 os limites de Araraquara estavam mais ou menos delineados da Rua Ipiranga (atual Gonçalves Dias) até a Rua São João (Rua Itália), e da Rua José Inocêncio (Avenida José Bonifácio) até a Rua Boa Morte (Avenida D. Pedro II).
AS denominações das artérias araraquarenses sofreram modificações por várias vezes. As primeiras ruas da Vila de Araraquara receberam os seguintes nomes: Rua de Baixo, Rua Direita, Rua do Campo, Beco do Pátio, Rua que Desce da Cadeia, Rua da Força, Rua das Flores, Rua do Comércio, Rua da Glória e outras.
As primeiras ruas eram paralelas ao Ribeirão. Posteriormente foram abertas as transversais – Rua São Lourenço (av. Brasil) Rua Luis Pinto (av. São Paulo), Av. 7 de Setembro (Av. Portugal), Rua Ipiranga (Gonçalves Dias), Das Flores (Duque de Caxias), Dr. Candido (Espanha), São Felipe (Feijó) e Padre Inocêncio (José Bonifácio).
As aberturas de novas ruas criavam sempre o problema de sua localização. Geralmente a rua era identificada pelo nome do morador mais antigo ou que tivesse a casa como ponto de referência.
A construção da Estrada de Ferro representa muito na história de Araraquara, além de imprimir também sua marca na evolução urbana.
A construção da Estação Ferroviária fez desviar para o outro lado esse crescimento. Foi escolhida a margem esquerda do Ribeirão da Servidão para se construir aquele prédio.
Sendo uma área ainda não urbanizada, a primeira necessidade que se impôs foi o prolongamento da Rua Luis Pinto e a construção de uma ponte. Pela importância de sua localização em função da estrada de ferro, a Rua Luis Pinto foi a primeira a receber serviços de colocação de sarjetas e de abaulamento.
Com o tempo verificou-se que apenas uma rua proporcionando acesso à estação era muito pouco, havia a necessidade de se efetuar o prolongamento pela Rua Santo Antonio (atual Avenida Brasil), sendo preciso também construir uma ponte. Essas duas ruas mostraram-se insuficientes devido ao movimento de transporte de cargas da estação e outras ruas foram abertas.
Foi pedido o prolongamento da Rua da Boa Morte, havendo necessidade de se construir uma ponte para solucionar os problemas do transporte.

 

Vila Xavier
Aqueles que tiveram contato com o surgimento da Vila Xavier dizem que a expansão do bairro se deu a partir de três caminhos que eram usados pelos fazendeiros da região. Hoje, estes trechos são essa ligação é formada pelas avenidas Padre Cesariano, Santo Antonio e José do Patrocínio.
A instalação dos trilhos de ferrovia fez com que a Vila passasse por um processo de desenvolvimento quase que paralelo ao da própria cidade de Araraquara, já que o isolamento causado pela estrada férrea fez com que o bairro desenvolvesse uma espécie de vida própria.
No passado, havia apenas uma forma de ligação entre a Vila e o resto da cidade, mas outros meios foram surgindo a partir da construção de pontilhões.

 

Vila já foi do emprego
Bairro se expandiu com a chegada das fábricas.
Uma vila com dimensões de cidade. Em 2002 eram 53.177 pessoas residentes na Vila Xavier. A Vila, como é conhecida em toda cidade, é tão grande que este ano vai ganhar uma subprefeitura.
Bairro com boa estrutura, todas as ruas pavimentadas, bem iluminadas, casa de bom padrão, os moradores da Vila não pensam em mudar de lá para qualquer outro bairro da cidade. “Temos tudo aqui: várias igrejas, supermercados, lojas de roupas e calçados, de ferramentas, várias agências bancárias e postos de combustíveis. A Alameda Paulista tem tudo o que precisamos”, reforça o aposentado Francisco Capela, que mora no bairro há 50 anos.
Mas nem sempre foi assim. Capela declara que quando se mudou para o bairro, com apenas seis anos de idade, a Vila Xavier era bem menor: ficava limitada entre a linha férrea e a Rua Almirante Tamandaré. “De lá para cima, em direção da Alameda, era tudo mato, poucas casas, ruas de terra e muitas brigas e mortes. Quem era gente de bem não vinha para cá não”, reforça. “Do que existe hoje, só havia a Casa da Criança Cristo Rei e o Chicão (escola estadual Francisco Pedro Monteiro da Silva)”, conta.
Ele se lembra que na Rua José do Patrocínio, havia um bar cuja má fama dava nome ao pedaço do bairro: “Risca Faca”. Discussões entre pessoas alcoolizadas e brigas com facões, que resultavam em mortes, justificavam a fama do local.
No entanto, nos idos anos do “risca faca”, também foram os anos de prosperidade da Vila, onde pessoas vindas de outras cidades ou de outros bairros compraram seus terrenos e construíram casas, que fez o loteamento se estender até a Alameda Paulista.
“Olha, gosto muito do bairro, mas se aqui ainda tivesse tanto emprego como havia há anos, a Vila seria o paraíso”, afirma Capela. Hoje, apenas a Nestlé continua em atividade no bairro.

 

Fonte- Arquivos da Biblioteca Municipal (Matérias de Jornais da cidade de Araraquara)

  

Bibliografia:


Araraquara – Central de Propaganda, Araraquara, 1995.
Araraquara – Minimax Editora, SP, 1994
Araraquara em dados 1999, Edigma Editora, SP, 1999.
Hemeroteca da Biblioteca Municipal “Mario de Andrade”
Lopes, Eduardo Luiz Veiga – Araraquara, 182 anos brilhando como o Sol, Prefeitura de Araraquara, 1999.
Tribuna Impressa – 22 de agosto de 1999.