História - O melhor do bairro de Bonsucesso, Rio de Janeiro, RJ

 

 BONSUCESSO

PRAÇA DAS NAÇÕES

 JUNHO DE 1939

 

História

A época colonial
A área onde se integra o atual bairro, na época colonial estava compreendida no chamado Engenho da Pedra, cujas terras se estendiam até ao porto de Inhaúma, por onde era escoada a produção agrícola e de açúcar do recôncavo do Rio de Janeiro.

Em 1754, a dona das terras do engenho, Cecília Vieira de Bonsucesso, procedeu à reforma da capela de Santo António, que se erguia perto das instalações da moenda de cana-de-açúcar. A propriedade era conhecida, à época, como Engenho da Pedra de Bonsucesso.


 A República velha
Ao final do século XIX, foi erguida uma capela em louvor a Nossa Senhora do Bonsucesso, num terreno no alto da rua Olga, doado por Adriano da Costa (1896). A imagem da santa foi desembarcada no porto e trazida em procissão solene, pelos fiéis, até ao novo santuário.

Por volta de 1914, o engenheiro Guilherme Maxwell, que adquirira as terras do antigo Engenho da Pedra, decidiu loteá-las e urbanizá-las. Sob influência da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), que nesse ínterim eclodira, decidiu batizar os logradouros que se abriam, com nomes que homenageassem os países aliados contra a Alemanha: a França, a Inglaterra, a Bélgica, a Itália e os Estados Unidos da América. Surgiram assim, respectivamente, a Praça das Nações e as avenidas Paris, Londres, Bruxelas, Roma e Nova Iorque.

Posteriormente, um membro da família Frontin, expandiu o bairro, loteando a área além da linha férrea da Leopoldina. Ainda sob influência da Primeira Guerra, abriu as ruas Clemenceau, marechal Foch e general Galieni. Saint-Hilaire e Humboldt, cientistas que exploraram o interior do Brasil no século XIX, também foram homenageados.


A Praça das Nações
Reconhecida como logradouro em Outubro de 1918, recebeu melhorias em duas etapas:

a primeira, entre 1936-1937, sob a administração do então prefeito Pedro Ernesto.
a segunda, em 1948, sob a administração do então prefeito Mendes de Morais.
Ver na imagem do lado direito que, em 1929, a praça já dispunha de iluminação pública e cinema.


Praça das Nações e o Cine Paraíso no centro, 1929Em 1996 a praça foi inteiramente reformada, no âmbito do Projeto Rio Cidade, apresentando a atual configuração.

Os seus marcos mais expressivos são o Chafariz e o Monumento aos Expedicionários da Segunda Guerra Mundial.

O Chafariz, em ferro fundido, foi fabricado no Brasil, para a Exposição Nacional de 1908, pela Companhia Nacional de Fundição. É um conjunto composto por duas bacias, tendo ao centro uma coluna com diversos elementos ornamentais. No seu topo, uma figura feminina empunha um globo, para iluminar a praça.

O Monumento aos Expedicionários, uma homenagem dos moradores, tem o busto do marechal Mascarenhas de Morais, uma cena de combate e o nome dos pracinhas (apelido carinhoso dado aos combatentes brasileiros pela população à época do conflito) do bairro.


Bonsucesso hoje
No passado, o bairro constitui-se em um dos principais centros industriais da cidade. Com o deslocamento do eixo econômico para outras regiões a partir da década de 80, mantém ainda expressivo comércio e serviços, mas é marcado pelo abandono dos antigos galpões industriais.

O bairro é caracterizado hoje por uma das maiores concentrações de idosos do Rio de Janeiro, sendo um dos bairros mais comercialmente desenvolvidos da grande Zona Norte do Rio de Janeiro e o segundo mais desenvolvido da Zona da Leopoldina. Pertence ao grupo de bairros erroneamente denominados de subúrbio (Como o Grande Méier, Ramos e Olaria, pois fica bem próximo ao centro da cidade e é dotado de total infra-estrutura. O bairro possui uma geografia de ruas bem dispostas e planejadas no lado da Praça das Nações, sendo suas principais vias a rua Cardoso de Morais e a Avenida Teixeira de Castro. Do outro lado da estação de trem, destaca-se a estreita via principal de mão dupla, a Rua Uranos.

Bonsucesso possui 3 instituições de ensino superior distintas, com destaque para o Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM). Possui o maior hospital federal do país, o HGB (Hospital Geral de Bonsucesso), um hospital particular, diversas escolas públicas e privadas, uma casa de bingo, dezenas de agências bancárias e casas de empréstimo e restaurantes famosos na Zona Norte como o restaurante típico nordestino Chapéu de Couro, a churrascaria Três Marias e o Planalto do Chopp. Vale destacar que muitas empresas e grupos prestadores de serviço do Rio de Janeiro tiveram início neste bairro. Devido a sua proximidade com muitas favelas, o bairro abriga também diversos serviços para os populares de baixa renda, que frequentam o bairro durante a semana.

Outro ponto bastante peculiar do bairro é a praça Augusto Motta, onde os idosos se reunem diariamente para o carteado e onde se encontra uma bela imagem de Nossa Senhora Aparecida e a surpreendente concentração de veículos e estacionamentos (possui inclusive edifício-garagem).

Bonsucesso é um dos únicos bairros da cidade onde uma Igreja Católica está em franca construção: a Paróquia de São Tomé Apóstolo, na Av. Nova Iorque, 348, a terceira do país. Além desta possui as paróquias de Nossa Senhora de Bonsucesso e Nossa Senhora de Bonsucesso de Inhaúma (apesar de ser em Bonsucesso mesmo, leva este nome) e a Paróquia de Santa Luzia.

Além de sofrer com a violência que assola toda a cidade do Rio de Janeiro (e todo o Brasil) e promove o esvaziamento de diversos bairros na cidade, Bonsucesso ainda sofre com a invasão do transporte ilegal e dos camelôs, provenientes das favelas das redondezas. As autoridades pouco agem para reverter a situação por medo ou simples negligência

Agravando a condição atual do bairro, a mídia da cidade sempre referencia seu nome em ocorrências policiais (muitas trágicas e famosas) que ocorreram em localidades das mais diversas e que não são parte do bairro de Bonsucesso, como Benfica, Manguinhos, Higienópolis, o Complexo da Maré, o Complexo do Alemão, Jacaré, Del Castilho e na Avenida Brasil amedrontando as pessoas que ainda não conhecem o bairro e seus encantos.

É servido por dezenas de linhas de ônibus e por uma estação de trem, antes pertencente à Estrada de Ferro Leopoldina, e hoje administrada pela Supervia. A estação de trem, inclusive, é pouco usada pelos moradores. Devido a má condição atual dos trens, muitos preferem o trânsito dos ônibus e o conforto "inseguro" das vans.

Na Av. Guilherme Maxwell está sediada a Primeira Igreja Batista em Bonsucesso, fundada em 1916 pelo pr. João Fulgêncio Soren e considerada pela Convenção Batista Brasileira (CBB) como uma das igrejas batistas mais antigas do Brasil.


 Cinema e Bonsucesso
A primeira sala de cinema de Bonsucesso foi o Cine Paraíso. Inaugurado em 1928, fechou sua portas na década de 70. Hoje integra o prédio da Universidade UNISUAM. A última sala de cinema de Bonsucesso a fechar foi o Cine Mello. Fechou suas portas em 1980, para dar lugar ao supermercado Sendas.

O Bairro encontrava-se sem salas por cerca de 25 anos em 2004, quando surgiu o Microcine Bonsucesso, a única opção de exibição de filmes, inclusive dos bairros vizinhos, Olaria, Ramos, Higienópolis e Manguinhos. O Microcine Bonsucesso funciona no prédio do Instituto Cultural Cinema Brasil, na Avenida Teixeira de Castro, e é dedicado a filmes brasileiros de todas as épocas.